sábado, dezembro 20, 2008

No estrangeiro

- Ô mãe, vê se me manda um dinheiro que eu tô no banheiro e não tem nem papel pra cagar.

Essa lírica profunda foi entoada por Rodolfo quando ele fazia parte dos Raimundos, e não sei porque estive pensando nela esses dias. O mais curioso é que ela me fez pensar em um momento especial da minha vida. Assim como a música trata de um cara que estava todo ferrado no exterior e passando por dificuldades financeiras, também tive algumas dificuldades por lá.

O papel higiênico lá era muito caro. Assim, não tão caro, mas para um grupo de estudantes aventureiros que estavam querendo economizar o máximo possível, era um luxo que não cabia no orçamento. Na verdade era caro sim, mas podíamos pagar mas não queríamos pagar. Enfim, vocês entenderam.

Mas então o que fazíamos? Não nos limpávamos? Dã! Logicamente dávamos nossos pulos. Aliás, eu dava os pulos.
Como eu trabalhava numa estaçao de ski e num supermercado a noite, esses lugares tinham banheiro, e era lá que eu usava, e nosso banheiro de casa era exclusivo pra líquidos. Mentira! Nada disso, como em todos lugares haviam banheiro e eu tinha uma mochila, a parada era entrar no banheiro com mochila e por "mero descuido" deixar cair um dos rolos fechados de papel dentro da minha mochila. Aí quando eu chegava em casa e ia arrumar minha mochila, lá estava o papel me dando uma surpresa! Aí eu ia e pensava "já que você está aqui, será bem utilizado".

E era assim que "de vez em sempre" tomava uns sustos com papel higiênico na minha mochila e ficava impossibilitado de gastar 6 dollares em um pacote de papel higiênico. Eu precisava falar isso porque estava na minha mente, tinha de colocar pra fora. O mais interessante era ver como era divertido usar o banheiro da estação de ski e ganhar de brinde um rolo de papel higiênico! Obrigado América!