A arte de colar
Antes de começar meu discurso inútil sobre esse tema irrelevante para a maioria das pessoas, devo adiantar que eu não domino nada dessa arte. Devido ao fato de que em minha vida escolar eu nunca precisei de colar. Sempre fui um garoto razoavelmente inteligente e estudioso, então nunca me preocupei em aprender a colar. Fora toda minha educação cristã que me ensinou que isso era uma trapaça e que Papai do Céu não gostava.
Mas hoje faço engenharia civil, curso as matérias básicas, onde existem cálculos pesados e que no final das contas, vão servir apenas pra me lembrar de como foram penosos os anos de estudo. Mas enfim, sobre a arte de colar, que lembrando mais uma vez, eu não domino.
Hoje com a tecnologia avançada, colar é muito mais fácil, e os professores sabem disso. Acho que eles na verdade não se importam se você colar, a menos que você esteja colando de você mesmo. Como assim? Se você levou as fórmulas escritas num papel no bolso e etc, ou escreveu na carteira alguns lembretes antes de começar a prova, nenhum professor vai realmente se importar com isso, claro que nada pode ser feito descaradamente, existe o ritual do escondido, tem que ser sutil, embora o aluno "tá ligado que o professor tá ligado" que ele está colando.

O que os professores combatem (ou tentam) é a cola grupal, onde um faz a questão e distribui para os outros. Mas a cada dia isso está mais difícil de ser feito (na engenharia, obviamente). E porque? O amável bluetooth. Ele é o responsável pela disseminação do conhecimento individual de um aluno para o resto da turma. E hoje uma calculadora HP possui tal recurso. Claro que pra um curso onde as provas não precisam de calculadora para serem resolvidas, colar por bluetooth é muito mais difícil, mas esses desafios estão aí para serem superados pelos alunos.
Mas na engenharia a calculdadora é de fundamental importância na resolução de provas, então a cola come solta mesmo, a galera da minha turma cola bonito por bluetooth e assim caminha a vida dos futuros engenheiros civis de Vitória.
E como eu fico no meio disso tudo? Não fico, eu não colo. O máximo que faço é escrever algumas fórmulas na carteira, que quase sempre não me servem pra muita coisa. E até para consultá-las eu sinto um friozinho na barriga, parece que o professor está me olhando. É, sou um retardado!
Por fim, se você chegou aqui, você tem os meus parabéns. Vai perder tempo assim lá na Conchinchina! Aliás, existe uma gozação grande aqui em casa por causa de Pedroquinha, ele nasceu no Sul do país, numa cidade chamada São José (como se fosse Vila Velha aqui, colada com Vitória) que é colada com Floripa. Bom, claro que isso era um motivo de piada por si só, mas um dia meu pai soltou pra Pedroca que ele tinha nascido no bairro Conchichina. O pobrezinho acreditou por muito tempo, até que um dia vimos ele contando pra alguém com muito orgulho: Nasci em São José no bairro Conchichina!
Ô maldade...